

Certo dia, ela passeava tranquila, quando um sapo sabichão, que já estudara muita matemática, dela se aproximou dizendo:
_ Puxa! É incrível como você consegue andar! Com tantas pernas para cuidar, como é que não se atrapalha? Como é que não se atropela ou descarrila? Não deve ser fácil! Explique-me como você consegue!
A jovem centopeia, surpreendida com tão séria pergunta, não soube responder. O sapo insistia:
_ Como pode andar sem saber explicar? Isso é um grande absurdo! Não deveria ser permitido!
E a jovem e tímida centopeia sentia se cada vez mais incompetente.
O sapo insistia: Se anda, deve saber explicar.
Mas ela não entendia: Só anda se souber explicar.
E a jovem e ex-lépida centopeia, confusa com a tagarelice do sapo, passou a evitar seus passeios para não ter que dar explicações. Passava horas e horas parada, tentando descrever seus movimentos.
O sapo foi procurá´-la para novamente exigir uma resposta:
_ Tem se saber explicar, senão não sabe andar! Venho notando que você não tem caminhado ultimamente. Está vendo como eu tenho razão?
A insistência foi tanta, mas tanta, que a jovem centopeia acabou por evitar qualquer tipo de movimento, mesmo na ausência de seu interrogador.
E o sapo, triunfal:
_ Eu tinha certeza! No fundo, você não sabiaandar! Quem sabe mesmo é capaz de explicar!
E a jovem centopeia, que permanecia parada para evitar explicações ao sapo, de tanto ficar imóvel já não conseguia mais andar, mesmo querendo. Sentia-se completamente paralítica.
Muitas vezes usamos a expressão " fácil é falar, o difícil é fazer", mas o que acontece é que estamos acostumados a fazer determinadas coisas e nem percebemos a complexidade dos nossos atos. E assim, como a centopeia, quando somos solicitados a descrevê-los não conseguimos.
Na matemática isso acontece muito, somos praticantes dela o tempo inteiro no nosso dia-a-dia, mas quando a vemos no papel a achamos complicada e não gostamos dela.
Algumas situações:
- Ao compramos meio litro de leite usamos uma fração;
- Quando compramos e pagamos o pão usamos os números decimais;
- Ao darmos uma voltinha com os amigos estamos usando os graus;
- No ato em que tiramos a temperatura do corpo de alguém ou ao ajustar o forno para assar um bolo ou qualquel outra coisa usamos os graus, sejam eles negativos ou positivos;
- Nas brincadeiras de bolinhas de gude com os amigos, costumamos usar o sistema de medidas;
- Quando jogamos balharo com um amigo, somamos, multiplicamos, contamos e etc.
Enfim, tudo é fácil a medida que nos dispomos a entender, compreender e a fazer.
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